“A dependência do gás russo e o fim das reservas do mar do Norte obrigam a Europa a adoptar, de novo, a energia nuclear. Grã-Bretanha, Itália, Filândia e até a insuspeita Suécia são dos que já secumbiram à tentação.” João Dias Miguel – Visão 5 de Março 2009
Alguns dados interessante sobre os recursos energéticos em Portugal.
1) Da tabela abaixo, Portugal importa grande parte dos recursos energéticos que consome, o que nos torna fortemente dependentes do exterior, fragilizando a nossa economia.
2) As fontes energéticas utillizadas em Portugal são os Combustíveis Fósseis : Petróleo e Carvão.
3) Intensidade energética elevada e crescente: A intensidade energética (consumo de energia/PIB) degradou-se continuamente desde 1970, tendo Portugal entre 1992 e 2002 o maior crescimento no consumo de energia primária e de energia eléctrica per capita da Europa a 25 (Eurostat). Quanto maior a intensidade energética das actividades económicas maior a sua vulnerabilidade à flutuação dos preços da energia (em 2005, só em importações em petróleo, a factura energética aumentou mais de 1500 milhões de euros face a 2004, totalizando cerca de 6 mil milhões de euros, perto de 14% do PIB. Valores a que se somam as facturas de importação de carvão e gás natural, cujo preço mundial tem disparado).
4) Em termos mundiais : nas próximas décadas, os combustíveis fósseis continuarão a dominar, devendo responder a cerca de 80% das necessidades energéticas ainda em 2030, relegando cerca de 11% para as energias renováveis (excluindo a hídrica), mas somando a eólica, a solar, a biomassa, a geotérmica, e outras. O restante (cerca de 9%) será assegurado pelas energias nuclear e hídrica. Assim, apesar do seu crescimento, as energias renováveis continuarão a representar pouco em termos relativos face aos combustíveis fósseis, os quais registarão um aumento da sua procura. Todas as fontes de energia devem ser utilizadas.
5) Perante a ausência de reservas de petróleo, de carvão ou de gás natural, Portugal importa mais de 80% da energia que consome (sobretudo petróleo), segundo dados da Direcção-Geral de Geologia e Energia. Por outro lado, o consumo final de energia tem aumentado no país, passando de 27 751 GW por hora em 1994 para 45 498 GW por hora em 2004 (um crescimento superior a 60% numa década), com especial incidência nos sectores dos transportes e da indústria.
Mas quanto se produz realmente com a energia consumida? Esta relação é estabelecida pela medida da “intensidade energética”. Este é um conceito que permite avaliar a quantidade de energia necessária para produzir uma determinada unidade de riqueza (dividindo, por exemplo, a energia consumida num determinado país pelo respectivo Produto Interno Bruto). Seja pelos efeitos da poluição e do aquecimento global, seja simplesmente por um critério económico, o interesse das economias é a maior eficiência possível no uso da energia. Contrariamente à tendência da União Europeia, Portugal tem vindo a aumentar a sua intensidade energética nos últimos anos, ou seja, gastamos cada vez mais energia para produzirmos a mesma unidade de riqueza.
O que não queremos : Nuclear.
O que não temos : combustíveis fósseis.
O que exportamos : “combustível nuclear” (recursos geológico não renovável) – Urânio.
Mais um dado : Auto-suficiência energética mundial, é bom olhar para esta tabela e ver quem na Europa tem produção de energia nuclear – por acaso a energia nuclear não produz Dióxido de Carbono, – sim aquele que é acusado de aquecimento global.
Mais outro dado : Portugal importa energia de França. Qual a sua proveniência : Nuclear.
Notícia da assinatura próxima em Paris de um acordo tripartido que coloca fim ao diferendo com a Espanha sobre a importação de energia eléctrica francesa por Portugal. O acordo conserva no essencial a proposta portuguesa de 1987 e é válido por cinco anos a partir de 1 de Junho de 1990. Expresso (30-12-1989)
Finalmente: Alemanha, Suécia, Filândia, icones do ambientalismo de o naturalmente correcto, têm produção nuclear. Nuclear verde?
Será correcto vendermos Urânio, recurso não renovável, não tendo nuclear?
Será correcto as próximas gerações quererem nuclear e terem de importar Urânio?